Wednesday, August 28, 2013

Não precisa ser perfeito (Does not need to be perfect)

Um dia me sentei à margem do rio Tamisa e vagueei por meus pensamentos sonhadores e encantados de um mudo melhor e de pessoas mais verdadeiras. 

Percebi então que o que eu, você e todos nós buscamos diariamente não são somente as coisas mais encantadas e mágicas e sim os momentos reais e corriqueiros. A beleza e a ternura de um abraço sincero de um amigo que veio lhe encontrar para um café depois de uma longa tarde de trabalho. A leitura de um livro que lhe inspira e lhe leva a lugares jamais visitados, abraçar a quem se ama, viajar por lugares nunca antes conhecidos. 

Nossa mente sempre procura encontrar algo belo na rotina e se isso não esta funcionando de maneira natural, algo esta errado.
Sociedade distante e longínqua que busca a comunicação segura através de telas de computadores. Será que nos  esquecemos que o real, o palpável, o aqui e o agora, é o que vale? Que nada, nem o mais lindo dos e-mails enviados a sua caixa é tão impactante quanto um abraço sincero de um amigo, um sorriso esboçado no semelhante?

Acredito que a sociedade tenha evoluído muito no sentido comunicação em virtude da globalização e da modernidade e sou árdua e forte consumidora de todos os meios e  formas de expressão que nos são jogadas diariamente. Mas ao mesmo tempo me preocupo com nossos sentimentos e nosso ser, que esta ficando robotizado, frio, distante, ao mesmo tempo nos dando a sensação de estarmos mais próximos uns dos outros.

Onde estão os encontros e conversas a beira da fogueira no meio da fazenda, a leitura de um bom livro, palpável, que lhe dá o prazer de fechar a ultima página. Onde se perderam os sorrisos que se cruzam em olhares quando algo engraçado e corriqueiro acontece. Somos órfãos e eternos carentes de atenção. Postamos fotos de nosso jantar, o lugar que visitamos, espalhamos nossos sentimentos e necessidades em um mundo virtual que cada vez mais demanda por realidade, mas não consegue.  Eu não quero ter dois mil amigos na minha conta de facebook, embora os tenha, e mesmo assim quando minha alma inquieta e pensante foge ao meu controle, escrevo, e recebo  um ou outro comentário de alguém tão distante e tão solitário como eu, como você.

Com o tempo percebemos que somos todos fãs do honesto, do real, mas ao mesmo tempo necessitamos de máscaras para não sofrermos rejeição massiva em um mundo frio e virtual. Que a internet nos mantenha unidos em uma de suas maiores capacidades: a de nos comunicar, mas que ao mesmo tempo não nos deixemos de lembrar que o que queremos não é o mundo perfeito, e sim a honestidade que é como uma sombra que nos persegue até o fim dos nossos dias, nos pedindo mais respeito por quem somos, mais comunicação com quem está ao nosso lado. 

E assim caminhando juntos no espaço vazio e frio chamado planeta Terra aprendemos que nada nos preenche verdadeiramente e nada substitui o calor humano e a riqueza e uma verdadeira amizade, de um grande amor. E que a base sustentável para nossas vidas são relacionamentos honestos, que não precisam de perfeição,  mas sim de honestidade,  o que se certa maneira os torna perfeitos.


Porque nada que seja perfeito é real,  mas tudo o que é real de certa forma é perfeito. Aceite isso e viva mais a realidade. Sonhe alto e cante com a esperança, mas não se esqueça da busca que diariamente a vida lhe chama, encontrar a si mesmo e ao outro de maneira perfeita. Real e verdadeira.

English Version ( It does not need to be perfect) 

One day I sat by Thames river and my mind wandered. Then I realized that what you, me and we all daily seek daily aren´t just the things more enchanted and charmed, but the real moments of the ordinary.
The beauty and tenderness of a sincere embrace of a friend who came to meet you for a coffee after a long afternoon's work.

The reading of a book that inspires you and leads you to places never visited, hug those who we love or traveling through places never before known. Our mind always tries to find something beautiful in routine and if it is not working in a natural way, something is wrong.
Aloof and distant society that seeks a secure communication through computer screens. Did we forget that the real, tangible, here and now, is what it worths? That nothing, not even the most beautiful of the emails sent your inbox is as impactful as a hug of a sincere friend, a smile sketchy at other?

I think society has evolved tremendously towards communication due to globalization and modernity and I am a hard and strong consumer of all media and forms of expression that are thrown on us daily. But at the same time I worry about our feelings and our being, which is getting robotic, cold, distant, at the same time giving us the feeling of being closer to each other.

Where are the meetings and conversations at the campfire in the middle of the ranch, the reading of a good book, palpable, that gives you the pleasure of closing the last page. Where we lost the smiles which cross on ways of looking when something funny  happens at the commonplace. We are orphans in eternal needy of attention, affection . We post pictures of our dinner, the place we visited, scattering our feelings and needs in a virtual world that increasingly demands for reality, but fails. I do not want to have two thousand friends on my facebook account, although have them, and yet, when my restless soul is thinking and escapes my control I write, and receive a like or a comment from someone so distant and as lonely as I, as you .

With time we realize that we are all fans of honesty, of the real but at the same time not. we need masks to not suffer massive rejection in a cold world and virtual. The internet keep us united in one of its greatest capabilities: to communicate, faster and on long distances, but at the same time do not let us remember that what we want is not the perfect world painted in happy pages,we want real. Honesty is like a shadow that haunts us until the end of our times asking us more respect for who we are and more communication with those who are by our side. Right here, now.


Thus walking together in the cold and empty space called the planet Earth we learn that nothing truly fulfills us and nothing can replace the warmth and richness of  a true friendship, nor replace the joy of a great love. And learn that the durable basis for our lives are honest relationships that do not require perfection, but to behave with integrity, which somehow makes them perfect. Because nothing that is perfect is real at all, but everything real is perfect. Accept it and live the reality. Dream big and sing with hope, but do not forget the search that life daily calls you, find yourself and the other perfectly: Real and true.

Carla Baldassari Cocconi 

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