Um dia me sentei à margem do rio
Tamisa e vagueei por meus pensamentos sonhadores e encantados de um mudo melhor
e de pessoas mais verdadeiras.
Percebi então que o que eu, você e todos nós
buscamos diariamente não são somente as coisas mais encantadas e mágicas e sim
os momentos reais e corriqueiros. A beleza e a ternura de um abraço sincero de
um amigo que veio lhe encontrar para um café depois de uma longa tarde de
trabalho. A leitura de um livro que lhe inspira e lhe leva a lugares jamais
visitados, abraçar a quem se ama, viajar por lugares nunca antes conhecidos.
Nossa
mente sempre procura encontrar algo belo na rotina e se isso não esta
funcionando de maneira natural, algo esta errado.
Sociedade distante e longínqua
que busca a comunicação segura através de telas de computadores. Será que
nos esquecemos que o real, o palpável, o
aqui e o agora, é o que vale? Que nada, nem o mais lindo dos e-mails enviados a
sua caixa é tão impactante quanto um abraço sincero de um amigo, um sorriso
esboçado no semelhante?
Acredito que a sociedade tenha
evoluído muito no sentido comunicação em virtude da globalização e da
modernidade e sou árdua e forte consumidora de todos os meios e formas de expressão que nos são jogadas
diariamente. Mas ao mesmo tempo me preocupo com nossos sentimentos e nosso ser,
que esta ficando robotizado, frio, distante, ao mesmo tempo nos dando a
sensação de estarmos mais próximos uns dos outros.
Onde estão os encontros e
conversas a beira da fogueira no meio da fazenda, a leitura de um bom livro,
palpável, que lhe dá o prazer de fechar a ultima página. Onde se perderam os
sorrisos que se cruzam em olhares quando algo engraçado e corriqueiro acontece.
Somos órfãos e eternos carentes de atenção. Postamos fotos de nosso jantar, o
lugar que visitamos, espalhamos nossos sentimentos e necessidades em um mundo
virtual que cada vez mais demanda por realidade, mas não consegue. Eu não quero ter dois mil amigos na minha
conta de facebook, embora os tenha, e mesmo assim quando minha alma inquieta e
pensante foge ao meu controle, escrevo, e recebo um ou outro comentário de alguém tão distante
e tão solitário como eu, como você.
Com o tempo percebemos que somos todos fãs
do honesto, do real, mas ao mesmo tempo necessitamos de máscaras para não
sofrermos rejeição massiva em um mundo frio e virtual. Que a internet nos
mantenha unidos em uma de suas maiores capacidades: a de nos comunicar, mas que
ao mesmo tempo não nos deixemos de lembrar que o que queremos não é o mundo
perfeito, e sim a honestidade que é como uma sombra que nos persegue até o fim
dos nossos dias, nos pedindo mais respeito por quem somos, mais comunicação com
quem está ao nosso lado.
E assim caminhando juntos no espaço vazio e frio chamado
planeta Terra aprendemos que nada nos preenche verdadeiramente e nada substitui
o calor humano e a riqueza e uma verdadeira amizade, de um grande amor. E que a
base sustentável para nossas vidas são relacionamentos honestos, que não
precisam de perfeição, mas sim de
honestidade, o que se certa maneira os
torna perfeitos.
Porque nada que seja perfeito é
real, mas tudo o que é real de certa
forma é perfeito. Aceite isso e viva mais a realidade. Sonhe alto e cante com a
esperança, mas não se esqueça da busca que diariamente a vida lhe chama,
encontrar a si mesmo e ao outro de maneira perfeita. Real e verdadeira.
English Version ( It does not need to be
perfect)
One day I sat by Thames river and my mind
wandered. Then I realized that what you, me and we all daily seek daily aren´t
just the things more enchanted and charmed, but the real moments of the
ordinary.
The beauty and tenderness of a sincere embrace
of a friend who came to meet you for a coffee after a long afternoon's work.
The reading of a book that inspires you and
leads you to places never visited, hug those who we love or traveling through
places never before known. Our mind always tries to find something beautiful in
routine and if it is not working in a natural way, something is wrong.
Aloof and distant society that seeks a secure
communication through computer screens. Did we forget that the real, tangible,
here and now, is what it worths? That nothing, not even the most beautiful of
the emails sent your inbox is as impactful as a hug of a sincere friend, a smile
sketchy at other?
I think society has evolved tremendously
towards communication due to globalization and modernity and I am a hard and
strong consumer of all media and forms of expression that are thrown on us
daily. But at the same time I worry about our feelings and our being, which is
getting robotic, cold, distant, at the same time giving us the feeling of being
closer to each other.
Where are the meetings and conversations at the
campfire in the middle of the ranch, the reading of a good book, palpable, that
gives you the pleasure of closing the last page. Where we lost the smiles which
cross on ways of looking when something funny happens at the commonplace.
We are orphans in eternal needy of attention, affection . We post pictures
of our dinner, the place we visited, scattering our feelings and needs in a
virtual world that increasingly demands for reality, but fails. I do not want
to have two thousand friends on my facebook account, although have them, and
yet, when my restless soul is thinking and escapes my control I write, and
receive a like or a comment from someone so distant and as lonely as I, as you
.
With time we realize that we are all fans of
honesty, of the real but at the same time not. we need masks to not suffer
massive rejection in a cold world and virtual. The internet keep us united in
one of its greatest capabilities: to communicate, faster and on long distances,
but at the same time do not let us remember that what we want is not the
perfect world painted in happy pages,we want real. Honesty is like a shadow
that haunts us until the end of our times asking us more respect for who we are
and more communication with those who are by our side. Right here, now.
Thus walking together in the cold and empty
space called the planet Earth we learn that nothing truly fulfills us and
nothing can replace the warmth and richness of a true friendship, nor
replace the joy of a great love. And learn that the durable basis for our lives
are honest relationships that do not require perfection, but to behave with
integrity, which somehow makes them perfect. Because nothing that is perfect is
real at all, but everything real is perfect. Accept it and live the reality.
Dream big and sing with hope, but do not forget the search that life daily calls
you, find yourself and the other perfectly: Real and true.
Carla Baldassari Cocconi
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