O pássaro sagrado
Respiro fortemente como se o ar não alcançasse meu corpo quente , sufocado, cansado e abatido.
Luto contra o sentimento de toma toda minha existência e que permanece ali, mascarado pelas inúmeras formas que inventei de me reinventar.
Torno-me plena e me sinto apta a caminhar alguns passos até que a plenitude fuja do meu controle e eu me encontre com o vazio.
O vazio então me completa e toma conta da imensidão dos meus mais escondidos e obscuros pensamentos.
Encontro abrigo nas lacunas e nas perguntas que não trazem as respostas que preciso. Todas elas ali, agrupadas em uma caixa que não ouso abrir por medo, insegurança, timidez ou remorso.
A solidão toma conta de mim e assim percorro mais um quilômetro sem direção.
Como se o único guia que me encontrasse fosse meu ser, vazio, simplesmente esperando ser completado por algo que ainda não encontrei.
Procuro então nas lacunas, nos labirintos e cada vez mais me perco no caminho dos sentimentos que outrora me faziam tão clara, plena, completa.
Para onde voam as águias após aprenderem a caçar, com sua força e majestade, livre pelo ar? Perfeitas, reais.
Sou pura mitologia, me desfaço, renasço. E então aos poucos, surjo das minhas próprias cinzas que ficaram espalhadas pelo chão, depois de ter lutado no universo lúdico, encantado.
Assim do vazio me torno plena e sigo mais alguns passos nessa jornada que escolhi hoje enfrentar.
The sacred bird (English Version)
I heavily breathe as if the air does not reach my hot, suffocated, tired and depressed body and soul.
I fight the feeling taking my entire existence that remains there, masked by the numerous ways that I invented to reinvent myself. I become full and I feel able to walk a few steps until the fullness escape my control and I find myself with the emptiness.
The emptiness then completes me and takes care of the immensity of my most hidden and obscure thoughts. I find shelter into the gaps and the questions that do not bring the answers I need.
All of them there, wrapped in a box that I dare not open through fear, insecurity, shyness or remorse.
The loneliness takes hold of me and so I walk another mile without direction.
As the only guide to find me was my empty being, just expecting to be topped off by something not yet found.
Then I seek the blanks, labyrinths and increasingly lose myself in the way of feelings that once made me so clear, fully, complete.
Where eagles fly after learning to hunt with their strength and majesty, free over the air? Complete, real. Like pure mythology, I come undone, I reborn and then gradually I arise from my own ashes that remained strewn across the floor after struggling in the universe of ludic, and enchanted.
Then alone, after emptiness and nothingness, I become fully again and follow a few more steps on this journey that I chose to face today.
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